quarta-feira, 27 de outubro de 2010

As renuncias para assumir a vida consagrada

A vida consagrada exige renúncias, pois devemos abrir mão dos laços familiares e além do mais viver uma vida celibatária.
            A família é o núcleo do ser humano, pois lá que somos amados, onde aprendemos a viver na sociedade, temos sempre alguém para nos defender, nos dar carinho e quando entramos no seminário perdemos todos os costumes que tínhamos, pois o seminário exige mais responsabilidade, horário, tarefas e deveres a serem realizadas. No começo é difícil, mas com o passar do tempo nos acostumamos com as pessoas com quem convivemos.
            A vida celibatária exige renúncia de uma vida sexual ativa e de termos uma companheira ao nosso lado, pois somos seres humanos e sentimos desejos. Já que optamos por essa vida abrimos mãos de uma vida conjugal que no inicio é ruim, mas com o passar do tempo vai suavizando em vista de um bem maior.
            Em vista dos argumentos mencionados, somos levados a acreditar que o candidato para a vida consagrada sente no inicio dificuldades em viver o celibatária e deixar a família. Mas com o passar do tempo nos acostumamos com essa vida, pois é o que queremos para nossa vida.

Texto apresentado na matéria de redação pelos seminaristas:
Ivo dos Lima
Elesvan Morais
Benedito Conceição

domingo, 24 de outubro de 2010

Carta dos seminaristas da diocese de São José de Macapá pela passagem do dia nacional da juventude (DNJ).

Neste dia tão especial para nós, jovens, em que comemoramos os 25 anos de DNJ, queremos fazer uma pequena reflexão sobre um trecho do evangelho de Mateus. Que narra à inquietação do jovem rico, o qual com o olhar fitado em Jesus diz: “Mestre o que devo fazer de bom para ter a vida eterna?”(Mt 19, 16).  A parti daí poderíamos nos perguntar: - o que estamos fazendo de bom? Nosso Papa, Bento XVI, no encontro com os jovens no estádio do Pacaembu em São Paulo, ao fazer uma reflexão sobre essa passagem, questiona o jovem sobre o sentido da vida, do seu compromisso com o presente, aqui e agora, que deve garantir autenticidade e consequentemente o futuro. Discernir bem nas suas escolhas. Com essas palavras colocamos, em questão a campanha nacional contra o extermínio do jovem, que na sociedade vive com medo, da violência que o cerca. No mundo que é marcado pelo consumismo o qual leva a pessoa a querer sempre mais. Onde o ódio esta sendo praticado em todo lugar.
A secretária nacional da juventude, Hildete de Sousa, em uma de suas cartas, direcionada aos jovens, afirma que a juventude deve pregar o “Amorcentrismo”, em que o amor se torna o centro de nossa vida, pois só com o amor podemos mudar este cenário, marcado pela cultura de morte, que encontramos nas ruas, praças, escolas, enfim, em todos os lugares.
Mas será que o “bom” é somente deixar de fazer o que é errado, o que pode prejudicar o outro? NÃO! Por detrás deste “bom” existe um significado maior, o compromisso para com a evangelização. Hoje, por exemplo, sabemos que não é fácil encontrarmos jovens dedicados com o anúncio da boa nova de Cristo, o de amar seu próximo como a si mesmo. Porém, Nós, jovens, com toda nossa energia devemos responder ao chamado do Mestre, para ajudar em sua messe, que tanto necessita de operários.
Contudo, queremos parabenizar por este dia, dedicado a você, jovem, que anseia por dias melhores. Que Nosso Senhor, Jesus Cristo, vos abençoe e que Maria Santíssima, primeira missionária do Pai, lhes cubra com seu manto glorioso.
Felicidades e uma boa missão!
Atenciosamente;
                                   Seus irmãos, seminaristas.  

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

OS PREGOS NOS SAPATOS

Dom Pedro José Conti –
Bispo de Macapá

Um jovem de nobre origem foi ter um dia com um santo abade pedindo para entrar a fazer parte da sua Ordem. O abade quis conhecer os costumes e o caráter do jovem. O candidato levantou a cabeça com orgulho e disse: - Eu visto sempre de preto, bebo somente água e durante o frio inverno tiro a roupa e me rolo na neve. Para penitenciar-me mais ainda coloquei pregos nos meus sapatos e ordenei ao meu servo de açoitar-me quarenta vezes ao dia...-  Justamente naquele instante, apareceu um cavalo preto; o animal bebeu numa poça de água e depois rolou-se na neve por brincadeira. – Estás vendo? – disse o abade ao jovem – esta criatura também é totalmente escura, bebe somente água, se rola na neve, tem pregos que atormentam os seus pés e apanha bem mais de quarenta acoites num só dia. Contudo ela não passa de um cavalo. - 
Este pequeno anedota nos convida a refletir sobre o sentido da penitência, das mortificações ou mesmo das renúncias que, às vezes, nos impomos, convencidos de forjar melhor a nossa personalidade. Sem dúvida a disciplina e o controle de nós mesmos são  virtudes preciosas. Quando nos falta força de vontade, nos tornamos fracos, sem compromisso, sem perseverança, levados pelos caprichos da hora. No entanto não devemos pensar que todo este sacrifício corresponda àquele “esforço” que Jesus convida a fazer, no evangelho deste domingo, para entrar pela porta estreita, que conduz ao Reino de Deus.
Com efeito, qualquer acerto na vida exige aplicação e a relativa renúncia a outras coisas. Numa pesquisa com pessoas de sucesso como esportistas, atores, músicos, cientistas, eles e elas falaram que, além dos talentos naturais e da motivação séria, a pessoa deve treinar muito. Disseram que, no mínimo, precisam 10.000 horas de aplicação para sobressair de verdade em alguma disciplina. Fazendo as contas, treinando somente uma hora por dia precisariam quase trinta anos de tempo, porém se queremos acelerar o processo e treinamos três horas por dia com dez anos temos chance, talvez, de chegar a sermos campeões. Haja força de vontade!  Mas é isso mesmo; todos os entrevistados confirmaram que precisa tomar a sério o compromisso. Se isso vale para as disciplinas humanas o que pensar da santidade? Também precisará de esforço e aplicação.
Contudo, sempre no evangelho deste domingo, é fácil perceber que, no final, a decisão para entrar, ou não, dependerá de ser conhecidos, ou não, pelo Senhor. E mais, seremos reconhecidos se tivermos praticado a justiça. Ter comido e bebido com ele, não vai servir. Nem ser da mesma terra onde ele ensinou e nem o pertencer ao povo dele serão levados em conta. Somente, repito, terá valor o ter praticado a justiça. Na linguagem dos evangelhos entendemos que esta justiça tem muito pouco a ver com aquela exercida pelos juízes humanos. A justiça da qual Jesus fala é aquela dos homens e das mulheres de boa vontade, os “justos”, isto é: aqueles que recusam o mal, que conseguem transformar em ações de vida o amor que cultivam nos seus corações. Portanto o grande e constante esforço para entrar pela porta estreita e sentar à mesa no Reino consiste em praticar esta justiça, em praticar atos de amor fraterno.
 Não cabe a nós saber ou decidir quantos ou quais serão os justos que se salvam. O que devemos fazer é encontrar o caminho da justiça e do bem. A porta do Reino está aberta e à mesa tem vaga para todos, sem exclusões, não têm cadeiras cativas ou reservadas. Qualquer um pode ganhar ou perder o lugar, depende da justiça e do amor que praticou. Quem se achava o primeiro da fila para entrar, talvez fique por último e quem pensava em ter alguma vaga garantida, terá que merecê-la. Pode até ser deixado de fora e bater inutilmente. Sem conversa e sem chance para quem praticou a injustiça!
Precisamos reavivar a nossa motivação para treinar muito mais na aprendizagem a praticar o bem. Não é fácil, porque quando o bem é verdadeiro sempre nos custa. Exige tempo, dedicação, esforço, renúncia, carinho. Pede que sejamos sinceros, honestos, leais e fiéis. Não tem lugar para mentiras, fingimentos, interesses escusos. Podemos enganar os outros, mas não o dono da casa quando se levantar para fechar a porta. Devemos escolher de praticar a caridade livre, consciente e humildemente, sem orgulho ou barganhas. Somente este é o esforço que vale ser feito para entrar e garantir-nos um lugar à mesa do Reino. 
Nesta altura quem quiser colocar pregos nos seus sapatos pode colocá-los. Não os coloques, porém, nos sapatos dos outros, por favor. Isto se quiser praticar a justiça e o amor.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Círio de NSª de Nazaré

Com o tema: “MARIA A BEM-AVENTURADA POR QUE ACREDITOU”. O círio de Nossa Senhora de Nazaré arrastou mais de dois milhões de pessoas pelas ruas de Belém, a pequena imagem da Virgem de Nazaré, pode ser chamada de pororoca, aquela grande onda que passa arrastando tudo que ver pela frente, assim é a imagem da nossa mãezinha por onde passa leva consigo milhares de pessoas.
Um dos ícones do círio é a berlinda que é puxada pela corda, como o próprio nome já diz “linda”, ela é enfeitada com muitas flores naturais que após o círio é distribuída para os fies, este ano ela foi pras ruas vertida de flores laranjadas, rosas e brancas, ela desfilou durante cinco horas, no percurso de quatro quilômetros e meio, que normalmente é feito em menos de uma hora, ela saiu da catedral da Sé as seis horas da manhã em direção a Basílica Santuário de Nazaré onde chegou por volta das doze horas do dia. Foi levada pela corda puxada por mais de vinte mil pessoas, que com fé agradeciam ou pagavam promessas a Virgem, antes de chegar ao seu destino, à corda é cortada pelos fies para a que a procissão não tenha grande atraso e chegue a tempo de o povo ir almoçar com a família.
Na noite que antecede o círio acontece a transladação, onde a imagem é levada do colégio Gentil Bittencourt para a catedral da Sé, este ano a imagem ao sair do colégio foi homenageada pelo Pe. Fabio de Melo, e na manhã seguinte foi a vez do Pe. Antonio Maria fazer sua homenagem a Virgem de Nazaré, emocionado ele cantou com milhares de vozes, quando a berlinda passou nas proximidades da praça da república. Das esquinas, ruas e edifícios muitas pessoas acompanhavam o círio, prestando suas homenagens com chuvas de pétalas de rosas e papel picados e muito, muitos fogos.
        No período de dez á vinte e três de outubro na concha acústica da praça do CAN, ocorre vários shows com cantores e bandas católicas, este ano quem abriu a festa foi o cantor e compositor Pe. Fabio de Melo. Antes do inicio dos shows é celebrada a missa eucarística dentro da Basílica de Nazaré, com bispos do regional e de outros estados. E atenção povo amapaense o nosso pastor dom Pedro José Conti, irar celebrar no dia 21/10 quinta feira.
Quero finalizar parabenizando todos os organizadores, pela bonita festa. Que Nossa Senhora de Nazaré abençoe e proteja todos.         

Elisvan Santos Morais
(vaansinho@hotmail.com)

terça-feira, 12 de outubro de 2010

fotos do cirio e de um pequeno paseio

catedral da Sé, no inicio da missa do cirio                   

esta foi no final da missa                                            


Quando dom Taveira estava levando a pequena imgem para a |Berlinda

berlinda com a pequena imagem da virgem de Nazare


Elisvam e o servo de Deus, bispo da prelazia do Xingu                       

a pororoca humana, pagando promeças ou agradecendo por graças alcançadas

vista de frente do seminario São José de Macapá     



(de azur)Vamorais, (sem camisa)tio,(verde)Benedito,(amarelo)Pe. Francivldo e (branco)Dudú.

Tio,(verde escuro) Frank, benedito e Elisvan, quando chegamos na praia

Generosidade e gratidão





       Dom Pedro José Conti

Certa vez houve uma festa no céu. Foram convidadas todas as virtudes. Muitas compareceram; pequenas e grandes. Essas últimas eram particularmente amáveis, porque quem é verdadeiramente grande não conhece nem a inveja e nem o ciúme. Todas eram felizes e conversavam amigavelmente entre si, justamente como nas ocasiões em que nos encontramos entre parentes e amigos. De repente, o Todo-Poderoso percebeu que duas senhoras muito bonitas pareciam não conhecer-se. Tomou a iniciativa. Pegou uma pela mão e a conduziu junto à outra. – Eis aqui a Generosidade – falou para uma e, em seguida, apresentando a outra disse: - Eis a Gratidão -. As duas virtudes ficaram se olhando sem palavras: desde a criação do mundo, época já bastante remota, era a primeira vez que se encontravam.
Mais uma historinha para dizer que, na maioria dos casos, a generosidade e a gratidão não andam juntas. Às vezes há muita generosidade e pouca gratidão. Outras vezes a gratidão não aparece por falta mesmo de generosidade. Em geral é difícil ser generosos e também agradecer, reconhecendo o dom recebido. Sem contar aquelas outras vezes que, apesar do que é dado e recebido, ainda há reclamação e insatisfação. Parece que o coração humano encontra dificuldade para ser generoso e mais ainda para agradecer.
Esquecemos a palavra “obrigado”. Os filhos com os pais; e os pais com os filhos nas coisas mais simples da convivência diária. Se pensarmos que tudo nos é devido e que, afinal, os outros têm a obrigação de nos atender – adultos ou crianças – sempre menos saberemos agradecer por um pequeno favor, por uma gentileza, por um gesto de ajuda. É mais fácil mandar que pedir; portanto por que agradecer? Mais ainda, se estamos colocando dinheiro em casa, se somos nós o sustento de tudo ou quase, os outros é que nos deveriam agradecer, reconhecer o nosso esforço. Assim os “provedores” da casa não praticam a generosidade com os outros membros da família e, às vezes, jogam-lhes na cara o fato que, senão fossem eles, estariam na miséria. Como exercer a gratidão se também não há generosidade do outro lado? Como os filhos aprenderão a agradecer se os pais não os educam e não lhes mostram a beleza e a grandeza da generosidade e da gratidão? 
Também com Jesus aconteceu que, dos dez leprosos curados, só um entendeu que deveria voltar para dar glória a Deus e agradecer àquele Mestre Jesus que o havia curado. E os outros? Com certeza foram apresentar-se aos sacerdotes para serem reintegrados à sociedade, mas não tiveram a iniciativa de manifestar  sua gratidão a Jesus.
Essa falta de atitude vale também para todos nós. Quantos dons e quantos favores recebemos dos outros e não lembramos de agradecer? Vivemos numa sociedade onde parece que tudo pode ser comprado. Se estamos pagando ou se estamos usando de um serviço público remunerado por que deveríamos agradecer? Ninguém está fazendo nada de graça.
Estamos certos e errados ao mesmo tempo. Nós pagamos, sim, o serviço, mas não o sorriso de quem nos atende. Pagamos o trabalho da pessoa, mas não a gentileza dela. Isso é tão evidente que, muitas vezes, preferimos ser atendidos por um funcionário e não por outro pelo simples jeito educado e gentil da pessoa. A grosseria e o desinteresse acabam escondendo a competência. No entanto um aperto de mão, um olhar e um escutar atenciosos enaltecem qualquer serviço por mais simples e humilde que seja. Digo isso por mim mesmo. Várias vezes, as pessoas reclamaram comigo porque eu as atendia “caminhando”. Tive que aprender a dar tempo e atenção às pessoas. Nem sempre consigo, mas, garanto, basta pouco.
A gratidão é a resposta espontânea e alegre de quem se sente acolhido e valorizado. Assim como a verdadeira generosidade só pode ser o resultado do amor, também a gratidão deve brotar livremente como um dos nossos melhores sentimentos. Contudo devemos nos educar a olhar além do que nos é devido por obrigação e aprender a enxergar a longanimidade das pessoas que encontramos na vida. Generosidade e gratidão juntas aquecem os nossos relacionamentos e fazem de nós pequenos sinais do Deus-Amor, que sempre se doa sem pedir nada em troca, a não ser, também, amor para com o nosso próximo.
Nos dias do Círio usemos mais a palavra “obrigado”, na nossa família, no trabalho, na rua, na igreja. Unidos digamos também muito obrigado a Nossa Senhora, a pobre e pequena mulher de Nazaré, que todas as gerações chamam de bem-aventurada. Ela recebeu o maior dom que uma mulher podia recebe: ser a mãe do Salvador. E doou o seu Filho a todos. Gratidão e generosidade juntas. Muito obrigado Maria!